terça-feira, 5 de outubro de 2010

Minha Querida Rua - Memórias


           A minha rua é simples, é estreita, mas é muito bonita e tem tudo para viver bem. Tem comércio, o mais antigo é o Vila Nova  do morador Seu Vila Nova  que é também o mais antigo da cidade e  ainda hoje é igualzinho aos comércios de antigamente, assim fala as pessoas da minha rua. As casas são coloridas: amarelas, verdes, azuis e vermelhas.
         Na minha rua tem muitos romances. Os namorados ainda se encontram nas calçadas para namorar. À noite os adultos  sentam nas portas para conversar, enquanto que eu passeio com minhas amigas e os cachorros. Todas as tardes brincamos de pega-pega, cola-americano, e o jogo da garrafa. 
        Nos domingos quase a toda rua vai para a praia. As vezes para a roça.
        Na copa do mundo todos se juntam para enfeitar a rua  com bandeirinhas das cores da pátria.
        A minha rua adora cachorros , fazem até festa de aniversário para eles. Tem uma senhora que a cachorra dela tem até um quarto.
       A minha rua é a melhor de todas. Eu adoro a rua  5 de abril. 
Anne Caroline Bento Saraiva

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

POLÊMICA SOBRE A BANDEIRA DE MARABÁ


No último dia 14/08/2010 a Câmara Municipal de Marabá foi palco da polêmica a respeito das informações sobre a bandeira de Marabá.
Segundo o historiador João Brasil Monteiro, 84 anos, presidente da Academia de Letras do Sul e Sudeste Paraense ( ALSSP) a posição do encontro dos rios está incorreta, segundo ele a vértice formada pelo rio Tocantins e Itacaiúnas aparece do lado esquerdo.
O escritor já vem questionando esse equívoco há alguns anos, desde 2000 quando essa bandeira surgiu e afirma que hoje a bandeira está de cabeça para baixo.
Ainda segundo ele para resolver essa questão seria necessário a vinda ao município de um heraldista, especialista que estuda a ciência dos brasões.

Ficou firmado pela vereadora Júlia Rosa (presidente da câmara de marabá) o compromisso de formar uma comissão para fazer estudos que possam resolver essa questão e corrigir a posição da bandeira.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ter é bom. Fazer é divertido.




Aprenda a fazer sua própria pipa.

Materiais:
2 talas de  30 cm e outra maior ,Linha de pescar (carretel),Tesoura,Cola , Faca de mesa
Régua , folha de pipa( papel manteiga),Sacolas de plástico colorida para fazer a abada.

1º passo- o esqueleto da pipa
Pegue a tala maior, meça 11 cm, junte  uma das talas menores e amarre bem centralizada. Precisa ficar bem firme.
2º passo- 
Pegue a outra tala menor e amarre na maior deixando uma ponta de 15 cm . Amarre e forme o esqueleto da pipa.



3º passo – colando a pipa
Passa a cola na tala da pipa deixando a ponta de cima( a ponta menor) e cola no papel. Amarre também uma linha em volta da pipa. 


4º passo-  definindo o formato
Corte o papel   de uma ponta para outra em forma triangular. recorte também a parte de cima , aquela que não foi colada. E cole as beiradas como no desenho.


5º passo – o cabresto
Amarre  a linha  na parte inferior da pipa, bem ao centro deixando um pouco do cabresto solto.
Para saber  a quantidade correta você pega a linha e leva até  um canto da pipa.
6º passo – cabresto para soltar
Amarre a linha da linha do carretel  na parte de cima do cabresto e deixe o carretel  para soltar a pipa.

7º passo – a rabiola
Amarre uma linha e faça tiras da sacola para fazer a rabiola.

AGORA É SÓ PROCURAR UM BOM ESPAÇO E DIVIRTA-SE. 


A guerrilha do Araguaia


A guerrilha do Araguaia começou  por volta do ano de 1960 e teve fim em 1974.
Foi assim...
Um grupo formado por 65 jovens do partido PCB( partido comunista brasileiro)e alguns populares da Serra das Andorinhas  e São Geraldo do Araguaia. Tinha como objetivo fazer crescer em Marabá o ideal do comunismo no Brasil. Esse jovens lutaram contra 10.000 ,militares como, exercito aeronáutica  e marinha. Eles saíram da cidade grande  por volta de 1960, pois seus planos não funcionaria na cidade grande onde eram bem vigiados pela Polícia militar e constantemente eram presos. Resolveram então colocar seu plano em ação iniciando pela zona rural, onde eram pouco vigiados e poderiam encontrar cada vez mais adeptos.
Em 1967  eles se dividiram em dois grupos, pois com algum tempo morando nesse lugar conseguiram aos poucos conquistar a simpatia de muitas  pessoas que mais tarde se uniam a eles. Mas a pesar disso tinha um preconceito muito grande à respeito dessa luta, preconceito que eram colocado por parte de políticos  para que a população não de aliassem a eles. A população muitas vezes chamava-os de arruaceiros e comunistas, como se essa palavra significasse um ato horrendo.  Quando precisavam treinar iam para dentro das matas e organizavam suas técnicas de combate. Na frente de outras pessoas agiam normalmente para que ninguém desconfiasse de nada.  
Com a abertura da Transamazônica todo plano dos comunistas( PCB) foi descoberto. Por esse motivo os jovens não tiveram oportunidade de por seus planos em ordem, ou seja conseguir o convencimento da população e aliados de luta.
Durante 3 anos tiveram confrontos entre  as forças armadas e os guerrilheiros. Alguns foram presos e outros foram mortos.
 Em um depoimento um coronel do exercito admite que foi uma luta injusta, pois o exercito era muito e os guerrilheiros poucos.
Para conseguir informações e saber onde estavam os guerrilheiros as forças armadas usavam de violência e até matavam comerciantes, barqueiros, religiosos e até dona de casa.
Sobraram poucos sobreviventes, mesmo assim o governo ficou  preocupado  que houvesse outra guerrilha e criou o Quartel General em Marabá.
Conta a população que nessa época (1972 e 1973) alguns guerrilheiros aparecia e desaparecia inesperadamente na cidade, alugavam casa, consertavam armas e a população ficava sobressaltada, não podia  falar se quer sobre o assunto da guerrilha. As escolas eram ocupadas inesperadamente pelo exército, as crianças e todos funcionários eram mandados para casa. Agentes federais disfarçados de vendedores de picolés, pastéis se espalhavam pelas ruas e escolas e se infiltravam na comunidade  para colher alguma informação. À noite as pessoas andavam nas ruas e derrepente  o carro da polícia parava as pessoas, pediam documentos e mandavam todos se recolherem imediatamente. Todo passo da população era vigiado e qualquer viagem intermunicipal era motivo para que o exército parasse ônibus e revistasse minuciosamente todos os passageiros. 

O CAUCHO


O caucho foi a primeira economia de Marabá, ou seja do Burgo do Itacaiúna que posteriormente veio a ser a cidade. Foi descoberto em  1896 por dois irmãos chamados Hermínio e Antonio Pimentel naturais de Riachão. Eles estavam a procura de campos naturais para o gado e por acaso quando atiraram em uma árvore com um rifre, perceberam que dela escorria uma seiva branca, daí em diante começou a extração.  O caucho mais preferido era látex.
A extração do caucho era uma ocupação solitária, raramente uma colonização permitia que dois ou mais homens trabalhasse em uma só barraca. Muitos caucheiros levavam suas mulheres. O caucheiro era um homem rústico ao estremo,  comia farinha de mandioca, usava rifre e uma mespingarda e muita. Era a que ele necessitava para  passar mês em mês dentro da mata.  O caucho é cortado a golpes de machadinhas e depois a árvore é derrubada, extraindo-se então  o restante do látex. O motivo alegado para  derrubada do caucho é a sua legalidade ,  mas uma vez golpeada a árvore morre, ou  defina por longo tempo, não renovando  a seiva retirada. Por isso o caucheiro, homem que coleta o látex do caucho, se  deslocava constantemente  em busca de novas  árvores. Motivo pelo qual também esse ciclo  teve fim e não se encontra hoje nenhum exemplar  de caucho nas matas de Marabá.  O látex extraído dos pés de caucho coagula-se , sendo recolhida, lavada  e prensada, formando as ranchas.

sábado, 4 de setembro de 2010

A orla de Marabá






A orla de Marabá
A orla é uma das maiores atrações do povo de Marabá. Uum dos pontos que tem mais bares, restaurantes e tem também uma das melhores vistas do por-do-sol, do rio Tocantins e da Praia do Tucunaré.
A orla é bastante visitada pelos namorados, casais e famílias completa. É sempre um bom programa para os finais de semana. Muitos vão fazer caminhadas corridas esporte como futebol queima vólei e etc...
Muitas pessoas quando estão tristes vão na orla para se distraírem pegar um vento puro da natureza e tentam esquecer o que de ruim aconteceu.
A orla Começa no bairro Francisco Coelho ( Cabelo seco) e vai até o final do bairro Santa Rosa. Durante orla existem três praças, praça São Félix, Praça do Pescador e Praça dos Coqueiros.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

AFINAL! QUEM DESCOBRIU MARABÁ?

E ENTÃO QUEM DESCOBRIU MARABÁ?
No dicionário diz que descobridor é o mesmo que explorador ou aquele que faz descobertas e fundador é aquele que faz, cria, funda.
Carlos Gomes Leitão foi o primeiro a chegar nesse lugar e se instalar por aqui, foi ele quem fez as primeiras plantações e estradas. Ele também lutou pela criação da cidade. Francisco Coelho foi um dos pioneiro, chegando aqui, em pouco tempo se estabeleceu no pontal, encontro dos rios Itacaiúnas e Tocantins, lugar onde foi criada a cidade. Criou uma casa comercial, participou da construção, do comércio. Por se instalar no exato local onde foi criada a cidade é considerado oficialmente o fundador de Marabá.

O Blog

Esse Blog tem como objetivo despertar as pessoa dessa escola, dessa cidade para um novo Olhar Sobre Marabá afim de conhecê-la compreender-la e valorizá-la.
Para tanto queremos que essa seja vista sobre todos os aspectos. Com um olhar crítico e sincero.
descrito num trecho do Poema Marabá de Aracy Pereira
" Marabá Terra de muitos
Terra de Incertezas Terras de riquezas..."


Não se trata de construir um espaço para nálise arqueológica e nem tão pouco para fornecer informações à historiadores ou escritores que pesquisam e estudam Marabá. Mas sim se construir um espaço pelo qual  as crianças possam conhecer melhor a história de Marabá e se reconheçam como membro dessa comunidade social e virtual. Um espaço onde a leitura se fará de forma livre e dinãmica.




Conheça o Projeto. Clique aqui

domingo, 6 de junho de 2010

ESTRADA DE FERRO


A ferrovia foi planejada no ano de 1875 e pretendia ligar Marabá até Tucuruí, Araguatins e Tocantinópolis. A obra demorou anos e anos, mal administrada e com denúncia de desvio de dinheiro.
Somente no ano 1994 encerrou-se a construção da estrada de ferro  totalizando apenas 117 km. Durante  construção daquela obra vários trabalhadores morreram pela malária ou por conflitos com índios.
Em 1984 entra em funcionamento a estrada de ferro Carajás, apenas em trens  cargueiros para o transporte de minérios. No ano de 1985 é oficialmente inaugurada  a estrada de ferro Carajás com 890 km de extensão e passa a funcionar o trem de passageiros.
Hoje a estrada de ferro está em pleno funcionamento, levando  cargas, minérios e passageiros para outros estados.
Em Marabá o trem de passageiro funciona como principal alternativa de viagem para as pessoas de baixa renda. Tanto para os que viajam para qualquer parte onde passa os trilhos como também para diminuir despesas daqueles que vão além do estado do maranhão, mas que percorrem pelo menos uma parte da viagem nesse meio de transporte.

Equipe: Luely, Bruna , Laura, Guilherme, Ane , Maria das Graças, Antonio Gustavo, Fredson Henrique, Danilo e Renata.


quarta-feira, 12 de maio de 2010

contos de pescadores


APARIÇÃO
Aconteceu em um dia de chuva na praia do meio.
Um pescador desceu do barco e colocou a malhadeira, quando chegou no final  da paia , o pescador  e o seu irmão encostaram a canoa na praia. Os dois começaram a tirar os peixes da malhadeira, o mesmo tirou o farol e iluminou no meio do rio e na praia , logo percebeu que tinha uma coisa olhando para eles. Quando iluminou mais uma vez viu uma pessoa que parecia um homenzinho, baixinho, negro, das orelhas enormes. Logo pensou no nego d’água. Esse pulou na água  assim que  percebeu que estava sendo observado.
Quando amanheceu o dia eles  contaram a historia para os outros  pescadores que zombaram deles dizendo que era a Martinta Pereira. Mas nessa mesma noite  assim que os pescadores retiraram as malhadeiras, observaram a mesma figura na beira da praia e ficaram com tanto medo que logo desmontaram o acampamento e foram embora, deixando todo pescado para traz.


A Moça Desaparecida
Certa vez, no ano de 1980, eu vivi  um momento de muito medo,  quando estava pescando na barragem próximo da hidrelétrica de Tucuruí. Nessa  época    era tudo cheio de pau  e mata virgem. Na ilha que eu estava  tinha 15 pessoas. Perto dali havia um  povoado e numa ilha  próximo ao pedral   tinha um casal de namorados. Ela tinha 16 anos e ela 21.  Os  dois estavam de namoro na beira  do rio  quando de repente  ouviram  uma canção encantadora. Encantados eles  resolveram  seguir o som da música.  Pegaram uma canoa e foram seguindo o som,  chegando lá, os dois muito cansados  adormeceram ao som da bela música.  Ao amanhecer o rapaz acordou   e percebeu que a sua amada não estava lá.  Até hoje ela não apareceu. Nessa época , eu e meu parceiro  estávamos pescando quando ouvimos  uma música vindo do mesmo lugar onde aconteceu o ocorrido fato.  Nós ficamos com muito medo e não fomos  mais despescar as malhadeiras. Quando amanheceu o dia os peixes estavam podres , mas nós   estávamos vivos e não desaparecidos.  Nessa época eu tinha 30 anos e  até hoje sinto arrepio de medo
quando lembro do som daquela música.


A camisa
 Seu Raimundo, um homem muito humilde e trabalhador tinha a mania de recolher alguns objeto como: sandálias havaianas  para retirar  o cabresto e roupas usadas. Certo dia saiu para trabalhar  na sua profissão de pedreiro, num lugar conhecido como Tabocão. Chegando lá encontrou  no chão uma camisa de mangas compridas novinha  e levou-a para casa. Alguns dias depois, numa noite muito fria, seu filho vestiu aquela  camisa para dormir. Durante à madrugada  sentiu que alguém puxava sua camisa  e pedia para devolve-la. Ele abiu os olhos  e não via ninguém, voltava a tentar dormi novamente , mas de repente, começaram a puxar outra vez a sua camisa. A  criatura puxava para cima e ele segurava e puxava para baixo. Foi um puxa-puxa daqueles. Depois, muito assustado  tirou a camisa e jogou-a no chão.
Quando o dia amanheceu a criança avisou para seu pai do acontecido. Então seu Raimundo deduziu que aquela camisa seria de alguém que já havia morrido. O garoto com muito medo colocou-a  no quintal pendurada numa cerca..
No outro dia perceberam que a camisa havia desaparecido e nunca mais eles esqueceram aquele fato.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

FESTA JUNINA

No mês de junho Marabá vira uma só palco. Em todas as ruas, escola, igrejas e praças  é realizada a famosa festa junina. Marabá se transforma numa típica cidade junina. 
A SEGDETUR, abre as inscrições para grupos de bois- bumbá, quadrilhas roceiras e alegórica, onde fazem o espetáculo desta festa caipira. Tradicionalmente esta festa acontecia na Praça São Félix, a mais antiga da cidade. Hoje com a criação da Orla o palco foi transferido para a Praça do Coqueiro, trecho da orla no Bairro Santa Rosa. A abertura é feito com o desfile das quadrilhas na avenida  principal da Cidade(Av. Antonio Maia) em direção ao Arraial, onde encontra-se montadas o palco,as barracas de comidas típicas.

EXPRESSÕES E SIGNIFICADOS

BURRA-DE-FRENTE-Mulher vestida cm exagero, demasiadamente enfeitada. 



BANZEIRO-Corredeira, ondas levantadas pelo vento ou pela passagem de embarcações.


ASSUNTÁ- Prestar atenção, ouvir.

AVEXÁ-Apressar 

PILA- ladrão

SIÁ-  substitui o substantivo feminino( mulher, colega, moça). É usado para expressar intimidade.

ÉGUA-  usado em situação de admiração em situação de elogio.
 

terça-feira, 27 de abril de 2010

A ORIGEM DO NOME MARABÁ


A palavra Marabá é de origem indígena, da tribo tupi- guarani. Essa palavra era usada pelos índios daquela tribo para indicar as pessoas no caso indesejável na sua cultura. Para eles quando uma criança nascia com  deficiência física ou os gêmeos, no caso o que nascia por último poderia trazer tanto benéficos como malefícios, mas como eles temiam  desgraças para a tribo, preferia sacrificar a criança.
A palavra marabá era usada também para indicar as pessoas nascidas das misturas de índios com brancos, mestiço. Essas pessoas eram descriminadas pela tribo, pois eles  julgavam imperfeitos para a cultura indígena.
Gonçalves dias escreveu um poema de nome Marabá que relata a luta de uma donzela mestiça para ser aceita e amada pela tribo.
Francisco Coelho, o fundador de Marabá era admirador de Gonçalves dias e por isso colocou o nome Marabá na sua primeira casa construída logo que chegou aqui. Esse nome foi que mais tarde deu origem ao nome da nossa cidade.
Produção realizada  a partir do texto ORIGEM DO NOME MARABÁ, do livro Marabá de Paulo Bosco Rodrigues Jadão

terça-feira, 20 de abril de 2010

Poemas de autores


MARABÁ

                                                                       Gonçalves Dias


Eu vivo sozinha; ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupã?
Se algum dentre os homens de mim não se esconde:
-          “Tu és”, me responde,
“ Tu és Marabá!”
-:-:-:-:-:-
Meus olhos são garços, são cor das safiras,
Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
Imitam as nuvens de um céu anilado,
As cores imitam das vagas do mar!
-:-:-:-:-:-
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
-“Teus olhos são garços”,
Responde anojado, “mas és Marabá”:
“Quero antes uns  olhos bem pretos, luzentes,
“ Uns olhos fulgentes”,
“Bem pretos, retintos, não cor d’anajá!”
-:-:-:-:-:-
É alvo meu rosto da alvura dos lírios,
Da cor das areias batidas do mar;
As aves mais brancas, as conchas mais puras
Não têm mais alvura, não têm mais brilhar.
Se ainda me escuta meus agros delírios:
-“És alva de lírios”,
Sorrindo responde, “mas és Marabá”:
“Quero antes um rosto de jambo corado,
“Um rosto crestado
“Do sol do deserto, não flor de cajá.”


Meu colo de leve se encurva engraçado,
Como hástea pendente de cactus em flor;
Mimosa, indolente, resvalo no prado,
Como um soluçado suspiro de amor!

“Eu amo a estatura flexível, ligeira,
Qual duma palmeira”,
            Então me respondem: “tu és Marabá;
“Quero antes o colo da ema orgulhosa,
“Que pisa vaidosa,
“Que as flóreas campinas governa, onde está”.
-:-:-:-:-:-
Meus loiros cabelos em ondas se anelam,
O oiro mais puro não tem seu fulgor;
As brisas nos bosques de os ver se enamoram,
De os ver tão formosos como um beija-flor!
-:-:-:-:-:-
Mas eles respondem: “Teus longos cabelos,
“São loiros são belos,
“Mas são anelados; tu és Marabá:
“Quero antes cabelos, bem lisos, corridos,
“Cabelos compridos,
“Não cor d’oiro fino, nem cor d’anajá.”
-:-:-:-:-:-
E as doces palavras que eu tinha cá dentro
A que has direi?
O ramo d’acácia na fronte de um homem
Jamais cingirei:
-:-:-:-:-:-
Jamais um guerreiro da minha arasóia
Me desprenderá:
Eu vivo sozinha, chorando mesquinha,

Que sou Marabá!




Angústia

Ademir Braz
Ao entardecer, o Tocantins em chama
- à plena luz do sol que se afoga –
tem, no abandono de sua água,
a mesma plenitude que me dana.

Sou luz e dor à tona d’água.

Desfeito no encanto dessa hora
em que soluça a tarde e minha mágua
é feita de presença e de agora,
assim me ponho inteiro sobre o mundo.

Suave como a noite é meu espanto.
Maior do que a tarde, e mais profundo,
é esse amor tardio com que me encanto.

Amo. E sou rio tranqüilo e céu revolto.

À margem desse rio, posto em sossego,
sou irmão da lua e do morcego
e desse pirilampo errando solto.

Desse amor me vem a luz que cega,
a noite que flutua, o sol já morto,
e esta solidão que o rio carrega
sem jamais deter-se em qualquer porto.

À margem desse rio, a céu aberto,
entre a noite virgem e o sol aflito,
Meu coração é pássaro inquieto
e flor rompendo a noite como um grito.


SOU DESTE TORRÃO

Frederico Morback

Sou homem da Terra , tropeiro Valente
Dou homem de enchente,
Sou filho de Deus ,
Eu creio na gente, na terra semente,
Na garra do povo que esta terra deu .

Tenho alma lavada na beira do rio
Nasci nesta terra, sou deste torrão,
Sou Pirucaba e sou da Mangueira,
De rios valente eu, queres não?!

Eu creio em mãe D’água, Boiúna
E mandingas
Creio em Nego d’água e no Boitatá,
Sou lá do Varjão, sou Pereirinha,
Do Canela Fina e sou do amapá.

Banhei em cacimba ainda menino.
Eu vi o Divino e Pomba passar
Vi o Boi do Cambraia e vi o Palmica.
Nasci nas entranhas de ti Marabá.


 MARABÁ

   Frederico Morback

Cidade que nasceste na pont.
Onde os rios se encontram e descem,
Juntos correm pro mar.
Tocando assuntos dos pioneiros
Que a história aponta .

 Goianos, marabaenses, tanta gente!
Desceu o Tocantins nessa jornada
Que aqui findou e assim estava  fundadas.
Para seres depois tão importante.

Hoje do ferro é a capital
É grande sua fama de dinheiro
Ah! se fosse também de humanidade .
Para que Francisco Coelho
 Num  profundo Orgulho de ter sido “O Pioneiro “
Fosse ainda mais feliz na eternidade.


 EU E MINHA RUA
 Ademir Braz


Minha rua quase feia
Tortuosa, esburacada,
Mas nenhum é mais bonita
Nas noites de lua cheia.

Crianças brincam de roda
Cantando “três cavaleiros
Todos três chapéu na mão”
Vão levantar Terezinha
Que rolou, caiu no chão.

Tem buracos onde a água,
 Vai brincar de se esconder.
Nas calçadas  o luar
Dorme até o amanhecer.

Com cantigas nas calçadas
Minha  rua é como eu:
Quase alegre olhando a lua.
E no luar encontrando.
Um sonho que se perdeu.


sábado, 17 de abril de 2010

LENDAS


O NEGO D’ÁGUA

O negro d’água é um homem do tamanho de um menino, de cabeça e orelhas grandes que vive nas águas dos rios Itacaiúnas  e Tocantins.
Conta a lenda que uma mulher , no tempo da escravidão, ao ficar grávida e não querendo que seu filho fosse escravo, jogou dentro no rio Itacaiúnas, esse virou um menino aquático e goste de fazer travessuras de crianças  com pescadores e aventureiros. Mas também protege algumas pessoas de acidentes no rio. Por exemplo, quando um barco vira dentro do rio, ele salva as crianças e as mulheres, mas somente as bonitas, as feias ele deixa morrer, juntamente com os homens de quem ele não gosta muito.

 A BOIUNA

Certa vez havia uma mulher que os pais  eram muito pobres e severos. Um dia ela  descobriu que estava grávida  e resolveu esconder a barriga.
Quando ela sentiu as dores do parto,  mentiu  para os pais  dizendo  que ia lavar  roupa debaixo da ponte   do rio Pirucaba,   lá teve a criança   e como não podia  voltar para casa  com ela, jogou-a no rio.
Passaram-se uns tempos e a se transformou  em uma cobra grande,  de  tamanho incalculável  e feroz  que os pescadores  deram o nome Boiúna.  A cobra assustava os pescadores. Quando ela se mexia fazia grandes banzeiros que virava os barcos dos pescadores. Sempre uma mulher  aparecia nos sonhos  dos pescadores  pedindo para  desencanta-la,  dizia que para isso era preciso
jogar leite materno  na sua boca e cortar  a ponta do seu rabo. Prometia  que se um deles a desencantasse  ficaria rico para sempre . os prometia desencanta-la,
 mas quando viam o banzeiro que a cobra fazia ,  saiam correndo com muito medo.
Acontece que só se pode desencantá-la de  sete em sete anos.  Ainda hoje dizem os pescadores que  consegue ver a cobra grande, mas nunca ninguém conseguiu desencanta-la.


Martinta Pereira

Essa é uma das  lendas mais conhecidas de Marabá.
 Martinta Pereira é uma mulher, alta, de cabelos pretos e grandes que vai até o joelho e de roupas brancas e elegantes.  Gosta de andar sozinha à noite.
      
Diz a lenda que ela aparecia sempre  na rua da CELPA  na Marabá Pioneira.
Nesta época  não tinha energia elétrica e as ruas ficavam quase sem claridade .
 Quando ela aparecia altas horas da noite aos homens que vinham de festas e noitadas. Atraia os homens  que ficava impressionado com sua elegância  e passavam a persegui-la pelas ruas da cidade. Ela levava os homens até a igreja de São Félix de Valois, a mais antiga da cidade, e quando se aproximava da igreja ia crescendo cada vez mais até chegar a altura das mangueiras que existia por lá. Os homens também sentia que cresciam juntamente com ela. Assim que ela chegava bem em frente ao portão da igreja, desaparecia misteriosamente.
O homem que a seguia voltava para sua casa com medo e ao mesmo tempo decepcionado.
 Dizem que ainda hoje a Martinta Pereira aparece nas noites de lua cheia, dando assobios horripilantes. Ela pode  enfeitiçar as pessoas causando dores e doenças terríveis e inexplicáveis.
 Para descobrir quem é Martinta Pereira  é só a pessoa quando ouvir um desses assobio,  convidá-la a vir na sua casa pela manhã  tomar um  café. A primeira pessoa que  aparecer na sua casa pedindo café, um pedaço de fuma ou um cigarro bem cedinho é a Martinta Pereira.  Dizem que qualquer pessoa pode
 virar Martinta pereira, seja homem ou  mulher, basta que tenha tido relação  amorosa e sexual com alguém do laço de sangue. Tipo mãe e filho,  Pai e filha, irmão e irmã.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Receitas

JABUTI NO LEITE DA CASTANHA.

Ingredientes
1 jabuti
1 kg de castanha do Pará
Cheiro verde
Cebola
Tomate
Pimenta
Alho
Limão
Vinagre
Sal a gosto

Modo de fazer
Aferventa o jabuti com limão e vinagre. Tempera com a pimenta o alho, sal e as verduras e deixa cozinhar por 15 minutos de pressão. Com pouca a água somente á água do tempero ou pouco mais. Deixa com pouco molho. Bate as castanha no liquidificador e côa.. acrescenta ao jabuti e deixa ferver por alguns minutos

CUZIDÃO

Ingredientes  
Costela sem gordura
4 dentes de alho
1 colher de chá de corante
1 colher de chá de pimenta do reino
2 tablete de caldo de carne
Sal a gosto
Verduras :
5 folhas de louro
4 batatas
2 kg de macaxeira
2 cebolas grandes picadas
Cheiro verde a gosto

Modo  de fazer   
Tempera  a carne com o alho, o corante, o sal, pimenta de cheiro, o caldo de carne,  e sal. Depois corte a cebola  e refogue na gordura  com um pouco de corante. Em seguida coloque acrescente a carne para  refogar. Coloque  água aos poucos até cobrir a carne, tampe e deixe cozinhar. Quando a carne estiver quase cozida coloque as verduras. Tampe novamente e deixe cozinhar até as verduras ficar no ponto. Depois é só servir .  

CALDEIRADA DE TUCUNARÉ

INGREDIENTES
2 tomates
1 pimentão
1 limão
3 pimentinhas
1 colher de óleo
3 batatas
3 ovos
Cheiro verde a gosto


MODO DE FAZER
Corte os peixes e pedaços. Coloque  em um recipiente  com sal e limão. Corte as verduras  em pedaços. Coloque   numa panela com óleo e refogue as verduras. Logo em seguida  coloque o peixe. Cozinhe os ovos e as batatas separadamente. Quando  o peixe levantar fervura, coloque a batata  e os vos e deixe cozinhar por alguns minutos.