terça-feira, 27 de abril de 2010

A ORIGEM DO NOME MARABÁ


A palavra Marabá é de origem indígena, da tribo tupi- guarani. Essa palavra era usada pelos índios daquela tribo para indicar as pessoas no caso indesejável na sua cultura. Para eles quando uma criança nascia com  deficiência física ou os gêmeos, no caso o que nascia por último poderia trazer tanto benéficos como malefícios, mas como eles temiam  desgraças para a tribo, preferia sacrificar a criança.
A palavra marabá era usada também para indicar as pessoas nascidas das misturas de índios com brancos, mestiço. Essas pessoas eram descriminadas pela tribo, pois eles  julgavam imperfeitos para a cultura indígena.
Gonçalves dias escreveu um poema de nome Marabá que relata a luta de uma donzela mestiça para ser aceita e amada pela tribo.
Francisco Coelho, o fundador de Marabá era admirador de Gonçalves dias e por isso colocou o nome Marabá na sua primeira casa construída logo que chegou aqui. Esse nome foi que mais tarde deu origem ao nome da nossa cidade.
Produção realizada  a partir do texto ORIGEM DO NOME MARABÁ, do livro Marabá de Paulo Bosco Rodrigues Jadão

terça-feira, 20 de abril de 2010

Poemas de autores


MARABÁ

                                                                       Gonçalves Dias


Eu vivo sozinha; ninguém me procura!
Acaso feitura
Não sou de Tupã?
Se algum dentre os homens de mim não se esconde:
-          “Tu és”, me responde,
“ Tu és Marabá!”
-:-:-:-:-:-
Meus olhos são garços, são cor das safiras,
Têm luz das estrelas, têm meigo brilhar;
Imitam as nuvens de um céu anilado,
As cores imitam das vagas do mar!
-:-:-:-:-:-
Se algum dos guerreiros não foge a meus passos:
-“Teus olhos são garços”,
Responde anojado, “mas és Marabá”:
“Quero antes uns  olhos bem pretos, luzentes,
“ Uns olhos fulgentes”,
“Bem pretos, retintos, não cor d’anajá!”
-:-:-:-:-:-
É alvo meu rosto da alvura dos lírios,
Da cor das areias batidas do mar;
As aves mais brancas, as conchas mais puras
Não têm mais alvura, não têm mais brilhar.
Se ainda me escuta meus agros delírios:
-“És alva de lírios”,
Sorrindo responde, “mas és Marabá”:
“Quero antes um rosto de jambo corado,
“Um rosto crestado
“Do sol do deserto, não flor de cajá.”


Meu colo de leve se encurva engraçado,
Como hástea pendente de cactus em flor;
Mimosa, indolente, resvalo no prado,
Como um soluçado suspiro de amor!

“Eu amo a estatura flexível, ligeira,
Qual duma palmeira”,
            Então me respondem: “tu és Marabá;
“Quero antes o colo da ema orgulhosa,
“Que pisa vaidosa,
“Que as flóreas campinas governa, onde está”.
-:-:-:-:-:-
Meus loiros cabelos em ondas se anelam,
O oiro mais puro não tem seu fulgor;
As brisas nos bosques de os ver se enamoram,
De os ver tão formosos como um beija-flor!
-:-:-:-:-:-
Mas eles respondem: “Teus longos cabelos,
“São loiros são belos,
“Mas são anelados; tu és Marabá:
“Quero antes cabelos, bem lisos, corridos,
“Cabelos compridos,
“Não cor d’oiro fino, nem cor d’anajá.”
-:-:-:-:-:-
E as doces palavras que eu tinha cá dentro
A que has direi?
O ramo d’acácia na fronte de um homem
Jamais cingirei:
-:-:-:-:-:-
Jamais um guerreiro da minha arasóia
Me desprenderá:
Eu vivo sozinha, chorando mesquinha,

Que sou Marabá!




Angústia

Ademir Braz
Ao entardecer, o Tocantins em chama
- à plena luz do sol que se afoga –
tem, no abandono de sua água,
a mesma plenitude que me dana.

Sou luz e dor à tona d’água.

Desfeito no encanto dessa hora
em que soluça a tarde e minha mágua
é feita de presença e de agora,
assim me ponho inteiro sobre o mundo.

Suave como a noite é meu espanto.
Maior do que a tarde, e mais profundo,
é esse amor tardio com que me encanto.

Amo. E sou rio tranqüilo e céu revolto.

À margem desse rio, posto em sossego,
sou irmão da lua e do morcego
e desse pirilampo errando solto.

Desse amor me vem a luz que cega,
a noite que flutua, o sol já morto,
e esta solidão que o rio carrega
sem jamais deter-se em qualquer porto.

À margem desse rio, a céu aberto,
entre a noite virgem e o sol aflito,
Meu coração é pássaro inquieto
e flor rompendo a noite como um grito.


SOU DESTE TORRÃO

Frederico Morback

Sou homem da Terra , tropeiro Valente
Dou homem de enchente,
Sou filho de Deus ,
Eu creio na gente, na terra semente,
Na garra do povo que esta terra deu .

Tenho alma lavada na beira do rio
Nasci nesta terra, sou deste torrão,
Sou Pirucaba e sou da Mangueira,
De rios valente eu, queres não?!

Eu creio em mãe D’água, Boiúna
E mandingas
Creio em Nego d’água e no Boitatá,
Sou lá do Varjão, sou Pereirinha,
Do Canela Fina e sou do amapá.

Banhei em cacimba ainda menino.
Eu vi o Divino e Pomba passar
Vi o Boi do Cambraia e vi o Palmica.
Nasci nas entranhas de ti Marabá.


 MARABÁ

   Frederico Morback

Cidade que nasceste na pont.
Onde os rios se encontram e descem,
Juntos correm pro mar.
Tocando assuntos dos pioneiros
Que a história aponta .

 Goianos, marabaenses, tanta gente!
Desceu o Tocantins nessa jornada
Que aqui findou e assim estava  fundadas.
Para seres depois tão importante.

Hoje do ferro é a capital
É grande sua fama de dinheiro
Ah! se fosse também de humanidade .
Para que Francisco Coelho
 Num  profundo Orgulho de ter sido “O Pioneiro “
Fosse ainda mais feliz na eternidade.


 EU E MINHA RUA
 Ademir Braz


Minha rua quase feia
Tortuosa, esburacada,
Mas nenhum é mais bonita
Nas noites de lua cheia.

Crianças brincam de roda
Cantando “três cavaleiros
Todos três chapéu na mão”
Vão levantar Terezinha
Que rolou, caiu no chão.

Tem buracos onde a água,
 Vai brincar de se esconder.
Nas calçadas  o luar
Dorme até o amanhecer.

Com cantigas nas calçadas
Minha  rua é como eu:
Quase alegre olhando a lua.
E no luar encontrando.
Um sonho que se perdeu.


sábado, 17 de abril de 2010

LENDAS


O NEGO D’ÁGUA

O negro d’água é um homem do tamanho de um menino, de cabeça e orelhas grandes que vive nas águas dos rios Itacaiúnas  e Tocantins.
Conta a lenda que uma mulher , no tempo da escravidão, ao ficar grávida e não querendo que seu filho fosse escravo, jogou dentro no rio Itacaiúnas, esse virou um menino aquático e goste de fazer travessuras de crianças  com pescadores e aventureiros. Mas também protege algumas pessoas de acidentes no rio. Por exemplo, quando um barco vira dentro do rio, ele salva as crianças e as mulheres, mas somente as bonitas, as feias ele deixa morrer, juntamente com os homens de quem ele não gosta muito.

 A BOIUNA

Certa vez havia uma mulher que os pais  eram muito pobres e severos. Um dia ela  descobriu que estava grávida  e resolveu esconder a barriga.
Quando ela sentiu as dores do parto,  mentiu  para os pais  dizendo  que ia lavar  roupa debaixo da ponte   do rio Pirucaba,   lá teve a criança   e como não podia  voltar para casa  com ela, jogou-a no rio.
Passaram-se uns tempos e a se transformou  em uma cobra grande,  de  tamanho incalculável  e feroz  que os pescadores  deram o nome Boiúna.  A cobra assustava os pescadores. Quando ela se mexia fazia grandes banzeiros que virava os barcos dos pescadores. Sempre uma mulher  aparecia nos sonhos  dos pescadores  pedindo para  desencanta-la,  dizia que para isso era preciso
jogar leite materno  na sua boca e cortar  a ponta do seu rabo. Prometia  que se um deles a desencantasse  ficaria rico para sempre . os prometia desencanta-la,
 mas quando viam o banzeiro que a cobra fazia ,  saiam correndo com muito medo.
Acontece que só se pode desencantá-la de  sete em sete anos.  Ainda hoje dizem os pescadores que  consegue ver a cobra grande, mas nunca ninguém conseguiu desencanta-la.


Martinta Pereira

Essa é uma das  lendas mais conhecidas de Marabá.
 Martinta Pereira é uma mulher, alta, de cabelos pretos e grandes que vai até o joelho e de roupas brancas e elegantes.  Gosta de andar sozinha à noite.
      
Diz a lenda que ela aparecia sempre  na rua da CELPA  na Marabá Pioneira.
Nesta época  não tinha energia elétrica e as ruas ficavam quase sem claridade .
 Quando ela aparecia altas horas da noite aos homens que vinham de festas e noitadas. Atraia os homens  que ficava impressionado com sua elegância  e passavam a persegui-la pelas ruas da cidade. Ela levava os homens até a igreja de São Félix de Valois, a mais antiga da cidade, e quando se aproximava da igreja ia crescendo cada vez mais até chegar a altura das mangueiras que existia por lá. Os homens também sentia que cresciam juntamente com ela. Assim que ela chegava bem em frente ao portão da igreja, desaparecia misteriosamente.
O homem que a seguia voltava para sua casa com medo e ao mesmo tempo decepcionado.
 Dizem que ainda hoje a Martinta Pereira aparece nas noites de lua cheia, dando assobios horripilantes. Ela pode  enfeitiçar as pessoas causando dores e doenças terríveis e inexplicáveis.
 Para descobrir quem é Martinta Pereira  é só a pessoa quando ouvir um desses assobio,  convidá-la a vir na sua casa pela manhã  tomar um  café. A primeira pessoa que  aparecer na sua casa pedindo café, um pedaço de fuma ou um cigarro bem cedinho é a Martinta Pereira.  Dizem que qualquer pessoa pode
 virar Martinta pereira, seja homem ou  mulher, basta que tenha tido relação  amorosa e sexual com alguém do laço de sangue. Tipo mãe e filho,  Pai e filha, irmão e irmã.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Receitas

JABUTI NO LEITE DA CASTANHA.

Ingredientes
1 jabuti
1 kg de castanha do Pará
Cheiro verde
Cebola
Tomate
Pimenta
Alho
Limão
Vinagre
Sal a gosto

Modo de fazer
Aferventa o jabuti com limão e vinagre. Tempera com a pimenta o alho, sal e as verduras e deixa cozinhar por 15 minutos de pressão. Com pouca a água somente á água do tempero ou pouco mais. Deixa com pouco molho. Bate as castanha no liquidificador e côa.. acrescenta ao jabuti e deixa ferver por alguns minutos

CUZIDÃO

Ingredientes  
Costela sem gordura
4 dentes de alho
1 colher de chá de corante
1 colher de chá de pimenta do reino
2 tablete de caldo de carne
Sal a gosto
Verduras :
5 folhas de louro
4 batatas
2 kg de macaxeira
2 cebolas grandes picadas
Cheiro verde a gosto

Modo  de fazer   
Tempera  a carne com o alho, o corante, o sal, pimenta de cheiro, o caldo de carne,  e sal. Depois corte a cebola  e refogue na gordura  com um pouco de corante. Em seguida coloque acrescente a carne para  refogar. Coloque  água aos poucos até cobrir a carne, tampe e deixe cozinhar. Quando a carne estiver quase cozida coloque as verduras. Tampe novamente e deixe cozinhar até as verduras ficar no ponto. Depois é só servir .  

CALDEIRADA DE TUCUNARÉ

INGREDIENTES
2 tomates
1 pimentão
1 limão
3 pimentinhas
1 colher de óleo
3 batatas
3 ovos
Cheiro verde a gosto


MODO DE FAZER
Corte os peixes e pedaços. Coloque  em um recipiente  com sal e limão. Corte as verduras  em pedaços. Coloque   numa panela com óleo e refogue as verduras. Logo em seguida  coloque o peixe. Cozinhe os ovos e as batatas separadamente. Quando  o peixe levantar fervura, coloque a batata  e os vos e deixe cozinhar por alguns minutos.